Aterectomia rotacional das coronárias

Tempo de Leitura: 3 min.
Data de Publicação: 07/03/2023
Sumário

A aterectomia rotacional (Rotablator®) das coronárias consiste em um procedimento mecânico para a redução das placas calcificadas nas artérias do coração, sendo eficiente e seguro. Saiba como ele funciona!

Introdução

As doenças cardiovasculares consistem em uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo. Durante a vida de um indivíduo, ocorre o acúmulo de placas de gordura e cálcio nas artérias, podendo causar diversas doenças graves pela ausência ou ineficiente circulação sanguínea. 

As artérias coronárias consistem nas pequenas artérias que irrigam o músculo do coração, que, quando contém placas de gordura acentuadas, pode haver a obstrução do fluxo sanguíneo e consequentemente, um infarto das células do miocárdio.

Em casos graves, como nas doenças das artérias coronárias, o tratamento convencional inclui a realização de angioplastia com inserção de stents ou cirurgia com implante de ponte de safena ou mamária. Porém, em muitos casos, há situações complexas em que as técnicas atuais não são suficientes.

Dessa forma, a aterectomia rotacional é útil para reduzir a placa calcificada possibilitando o implante do stent. Saiba mais detalhes sobre o procedimento no texto a seguir!

O que é

A aterectomia rotacional das coronárias é realizada durante o procedimento de angioplastia. A angioplastia consiste num procedimento minimamente invasivo realizado  para reparar vasos sanguíneos estreitados devido a placas de gordura com ou sem calcificação.

A aterectomia rotacional das coronárias consiste na desobstrução das artérias coronárias quando há a calcificação e endurecimento dos ateromas (placas de gordura) nos vasos.

Doenças indicadas

O procedimento de aterectomia rotacional de coronárias é indicado especialmente para lesões complexas, como casos em que houve uma acentuada calcificação da placa na artéria coronariana, comprometendo o fluxo sanguíneo.

No geral, opta-se pelo procedimento de aterectomia rotacional (Rotablator®) ou litotripsia coronária (Shockwave®) quando as técnicas mais usadas não permitem obter bons resultados. 

Procedimento

Em um procedimento convencional de aterectomia rotacional, utiliza-se um cateter que apresenta uma oliva com pequenos fragmentos de diamante na ponta que em alta rotação ajudam reduzir as placas de ateroma calcificadas e aumentar a “luz” do vaso, ou seja, o espaço onde o sangue passa. 

Porém, com o uso do rotablator essa redução da placa calcificada é realizada diretamente com esse recurso, o que permite que o processo seja mais rápido e seguro. Após a abertura do vaso, insere-se o stent, um pequeno tubo, este se expande dentro do vaso de forma a contribuir para sua expansão e evitar a oclusão.

Antigamente, utilizava-se a aterectomia rotacional isolada, sem a colocação de stent, porém, os casos de insucesso eram grandes. Por isso, viu-se que o uso combinado destes recursos poderia trazer mais benefícios aos pacientes.

Conforme as técnicas vão evoluindo, novos procedimentos são testados e validados, como este. Frente a grande morbimortalidade das doenças cardiovasculares, é crucial que a otimização da tecnologia a favor do paciente seja realizada.

Pós-operatório

O pós-operatório de uma angioplastia com aterectomia rotacional inclui não fazer esforço físico por 48 horas, não subir escadas por 24 horas após o procedimento, não dirigir por 24 horas após o procedimento e estar atento ao local do procedimento. 

No geral, quando o procedimento não é de urgência, o paciente pode ter alta no dia seguinte com recomendações restritas. 

Ainda, é crucial seguir o acompanhamento com o médico cardiologista, visto que os procedimentos apenas contribuem para o controle das doenças, mas não curam. Por isso, cuidar dos hábitos de vida e uso de medicamentos é essencial para a saúde do paciente.

Dr. Edilberto Castilho
07/03/2023
CRM: 125.259   RQE: 61.301 - Cardiologia | 613.011 - Hemodinâmica e cardiologia intervencionista
·Graduado em medicina pelo Centro Universitário Barão de Mauá - Ribeirão Preto;
·Especialização em Clínica Médica pela Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo;
·Especialização de Cardiologia Clínica e Intervencionista pela Universidade Federal de São Paulo.
Compartilhe nas redes sociais!!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

magnifiercross