Mitraclip – tratamento percutâneo da insuficiência mitral

Tempo de Leitura: 3 min.
Data de Publicação: 07/03/2023
Sumário

O tratamento percutâneo da insuficiência mitral com MitraClip consiste em um procedimento em que se insere um dispositivo que repara a valva mitral no coração, permitindo um melhor funcionamento. Saiba como funciona!

Introdução

A insuficiência (ou regurgitação) mitral ocorre quando a valva mitral, que controla o fluxo entre o ventrículo e o átrio esquerdo do coração, não está funcionando corretamente. Essa condição pode ser primária, devido ao prolapso da valva mitral e febre reumática, ou secundária à dilatação do ventrículo esquerdo ou infarto. 

O tratamento percutâneo da insuficiência mitral (Mitraclip) para pacientes com sintomas ou doença progressiva é uma opção para controle e prevenção de consequências mais graves. Falaremos sobre os detalhes desse procedimento a seguir! 

O que é

O tratamento percutâneo da insuficiência mitral (Mitraclip) consiste na inserção de uma dispositivo no coração para reparo da valva mitral, permitindo que a função cardíaca melhore.

Doença indicada

Quando a valva mitral não se fecha corretamente durante a contração do coração para enviar sangue ao corpo, parte do fluxo sanguíneo volta para o átrio esquerdo, o que sobrecarrega o coração e diminui a quantidade de sangue que é enviada ao corpo. 

Quando a doença não é tratada precocemente, há aumento do tamanho do coração (dilatação) e presença de líquido nos pulmões. Entre os possíveis sintomas estão falta de ar, cansaço e palpitações. 

A insuficiência mitral acomete principalmente idosos com mais de 60 anos. Entre as consequências da disfunção dessa válvula estão batimentos cardíacos irregulares, acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca. 

O tratamento da insuficiência mitral pode ser realizado por meio de cirurgia convencional, porém, este é um procedimento muito invasivo e em muitos casos não é indicado para pacientes com idade avançada devido ao alto risco. Por isso, o tratamento via percutâneo se torna uma boa opção.

Os pacientes que possuem indicação para realização deste procedimento incluem aqueles portadores de refluxo mitral grave de causa primária ou secundária e com alto risco cirúrgico, como idosos, portadores de insuficiência cardíaca, fibrilação atrial, insuficiência renal crônica, entre outras doenças com maior mortalidade.

Procedimento

O tratamento percutâneo da insuficiência mitral utiliza o sistema MitraClip, que consiste em um dispositivo minimamente invasivo que repara a válvula mitral sem necessitar de uma intervenção cirúrgica convencional. 

O MitraClip é inserido no corpo do paciente por meio de uma incisão na pele (percutânea) na coxa, que dá acesso à veia femoral. Nesse local, é inserido um cateter contendo o dispositivo, que é levado até ao local da valva mitral no coração, onde é implantado.

A função do MitraClip é prender as bordas principais dos folhetos anterior e posterior da valva mitral, diminuindo o espaço exagerado que a valva doente apresentava e o volume regurgitante. Todo o procedimento é realizado com o auxílio de um ecocardiograma transesofágico.

Após a implantação, o coração é capaz de realizar sua função de forma correta, o que gera alívio dos sintomas como cansaço e falta de ar e melhora da qualidade vida do paciente.

Pós-operatório

O procedimento via percutâneo é seguro e eficaz e apresenta vantagens como menor tempo de internação, menor tempo de recuperação, menor trauma e melhor resultado estético.

Importante saber

Atualmente, o tratamento mais utilizado para insuficiência mitral é o reparo ou troca da valva mitral por uma prótese por meio da cirurgia convencional. Para pacientes idosos ou com comorbidades, que tenham alto risco, o MitraClip se demonstra uma boa opção. 

Por outro lado, estudos (EVEREST II) apontaram que a segurança do tratamento percutâneo da insuficiência mitral é superior à do tratamento cirúrgico, tendo melhora da função e manutenção dos benefícios do tratamento.

Dr. Edilberto Castilho
07/03/2023
CRM: 125.259   RQE: 61.301 - Cardiologia | 613.011 - Hemodinâmica e cardiologia intervencionista
·Graduado em medicina pelo Centro Universitário Barão de Mauá - Ribeirão Preto;
·Especialização em Clínica Médica pela Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo;
·Especialização de Cardiologia Clínica e Intervencionista pela Universidade Federal de São Paulo.
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